Por Auristela Sá
Conheci Jorge Washington antes mesmo de entrar no Bando. Eu tinha ido com um amigo assistir o show da extinta banda Agbeukuta. Na saída do show ele me viu e com um sorriso gritou: "quem é essa preta bonita?!"
Daí em diante encontrava com Jorge em todos os lugares. É, esse é o "Jorge Washington", ou simplesmente Jorge.
Entrei no Bando e passamos a ser colegas de trabalho, num convívio diário de cumplicidade. Temos muitas conversas entre um ensaio e outro. Muitas vezes é no camarim, que colocamos nosso papo em dia e trocamos idéias sobre tudo: política, teatro, cinema e futebol - mais de 90% do Bando é Vitória e Jorge é Bahia - , avaliem a situação!!
São muitas histórias com o Bando e muitos almoços - passávamos a semana juntos e combinávamos alguma coisa para o fim de semana e passeios no "seu bugre e no querido fusca"
Damos muitas risadas, mas discutimos muito também, geralmente por termos opiniões diferentes em reuniões. Isso também faz parte.
No dia 03, a noite foi toda dele e também da família, da namorada Renata e dos amigos porque jorge é um cara democrático.
Na Câmara Municpal de Salvador Jorge recebeu a Medalha Zumbi dos Palmares indicada pelo vereador, Moisés Rocha. Ele nos contou no camarim sentado no sofá e falou ainda meio sem acreditar: "mas rapaz vou receber a medalha".
Val gritou logo: "Ginho tem que preparar o discurso"
Para chica foi uma homenagem merecida e de alguma maneira o Bando através dele fica reconhecido e homenageado também.
Para Valdinéia foi uma emoção só: "Acho que tem dedo do Bando. Com Jorge aprendi milhares de coisas de negritude, de consciência negra. Ele representa bem o Bando e apesar da emoção o seu discurso foi lindo.
Eu também aprendi muitas coisas de negritude e teatro e fiquei emocionada com as pessoas que Jorge conseguiu reunir na Câmara: a família dele, o Bando, a homenagem contagiante do Ilê, os alunos que prestaram homenagens, os amigos artistas ali presentes (Lazzo, Tonho Matéia, Dão...) amigos de todas as partes da cidade, os políticos, o carinho do olhar de Meirelles, a presença tocante do professor Jaime Sodré, Alaíde do feijão a poderosa Negra Jhô. Estavam todos lá - de todas as partes da cidade.
Êahh Jorge!!!!!
Um comentário:
Parabéns, Auristela! Estou comovida com o seu texto e com as fotos no face! Beijos em todos! Posso publicá-lo no meu blog? Acho importante que outros e outros saibam, vejam.
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