quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Estudantes dão espetáculo no Vila!

Texto: Auristela Sá. Edição: Daniel Menezes

Na terça-feira, o Bando deu seguimento às apresentações do espetáculo Áfricas para estudantes no Vila Velha. Pela manhã, a peça foi emocionante para os alunos do Colégio Estadual Edson Tenório de Albuquerque. Quase no final do debate, uma turma de garotos falou para a vice diretora Dayse: "Pró, não queremos perguntar. Queremos dançar, pode?”, ao que ela respondeu: "Claro que pode!!! "Eles terminaram a manhã, assim, dançando. Os meninos de Paripe arrebentam”, ressaltou a atriz Auristela Sá. “Fizemos espetáculo para eles e eles fizeram para nós, o Bando. Foi um presente”.
Estudantes lotaram  o Vila

No período da tarde, foi a vez dos estudantes do Colégio Luiz Tarquínio. A platéia do Vila ficou lotada. De acordo com  Auristela, os atores do Bando sentiram nos bastidores a ansiedade dos meninos.O debate foi muito proveitoso e polêmico também. As perguntas giraram em torno do continente africano, do espetáculo e até mesmo da relação entre eles. Um aluno com cerca de dez anos perguntou se foi bom para a África do Sul a Copa do Mundo lá. Outra pergunta foi sobre a posição do Bando em relação ao Estatuto da Igualdade Racial.

Questionamentos
Artemísa Odila e Robson Mauro

Outra pergunta recorrente foi sobre a estética do negro, principalmente sobre os cabelos: rasta, Black, encaracolado. As duas debatedoras, Artemísa Odila e Alyxandra Gomes, falaram do movimento de aceitação do negro veio de uma luta do movimento negro a partir dos 70, com o Black is Beautiful nos EUA e o Negro é Lindo no Brasil com o surgimento do Ilê Aiyê em 1974.
Valdinéia Soriano e Alyxandra Gomes

A atriz Valdinéia Soriano completou, lembrando que muita gente morreu e teve seus cabelos cortados na rua, para que hoje tenhamos a liberdade de usar os nossos cabelos do jeito que quiser. Ja a atriz Cássia Valle também lembrou da personagem cabeleireira que interpreta no Cabaré da RRRRaça, completamente antenada com a estética negra. “Bom, o que não podemos deixar é que o alisante atinja o cérebro. Então, minha amiga e amigo: deixe rasta, black, pinte de azul, vermelho, loiro. Por que não? Raspe careca. Não deixe de ser negra ou negro por isso. Não esqueça que tudo que temos hoje já foi conquistado lá atrás para nós e temos que continuar conquistando, vencendo, lutando”, disse.

Fotos: Jorge Washington

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