quarta-feira, 3 de novembro de 2010

LINHA DO TEMPO DO TEATRO NEGRO NA BAHIA

   Para comemorar seus vinte anos o Bando homenageia
o Teatro Negro da Bahia

*Por Márcio Meirelles


Marta Overback e Mário Gusmão

               

O Tempo é o Senhor das histórias / O Tempo guarda muitas histórias para sempre / As histórias ficam guardadas para sempre no reino do Tempo quando não são contadas / As histórias não são contadas quando não existe voz que as conte; quando as vozes não são ouvidas; quando as vozes são caladas; quando ouvidos não conseguem escutá-las; quando ouvidos não entendem o que escutam. / Temos muitas histórias pra contar. / Temos então que restaurar nossa voz. / Temos que acostumar os ouvidos ao som dessa voz restaurada. /Temos que tirar as histórias do reino do Tempo.


Este texto que escrevi para Candaces, espetáculo da Cia dos Comuns, nos dá a dimensão dos nossos 20 anos de trabalho.
Quando a Makota Valdina nos ensina que não estamos sós no palco, que muitos dos que já passaram por ele continuam ali e nos fazem companhia, ela nos ensina também que fazemos parte de uma história. História de muitos artistas negros que ajudaram a acostumar os nossos ouvidos a outro tom, de voz e de cor. Ela nos ensina que nós, Bando, fazemos parte de um teatro negro.
O negro brasileiro tem construído um novo discurso político, acadêmico, musical e também cênico. Tem ocupado os lugares que lhe foram negados pela história oficial hegemônica.

A tese de Evani Tavares Lima – Um olhar sobre o teatro negro do Teatro Experimental do Negro e do Bando de Teatro Olodum – faz parte dessa ocupação de que falo. Registra modos de trabalhar em cena, a partir do TEN e do Bando. Entre um e outro, nos mostra que existe uma continuidade, menos visível talvez, mas de igual importância.

Sabemos que outros pesquisadores estão se debruçando também sobre esta questão, de uma forma mais precisa e científica do que nós podemos fazer. Mas quisemos, na comemoração dos nossos 20 anos, celebrar o fato de fazermos parte de uma história, pedir “bença” aos mais velhos.

Reconstruímos esta linha do tempo a partir de Xisto Bahia, sabendo que antes dele muitos outros artistas negros, de alguma forma, contribuíram para a construção de nosso teatro.

Depois de Xisto, colocamos os nomes de alguns atores, grupos, eventos em alguma data. Sabemos que muitos ficaram de fora, muitos tão ou às vezes mais importantes do que os que estão aqui. Muitas lacunas: Jaime Sodré, Evani Tavares, Gal Quaresma, Rose Lima, Grupo Arupemba, Psiti, Fafá Pimentel, Fábio Vidal, Vidoto Áquila são alguns, ao lado de outros tantos. Mas essa linha do tempo é uma homenagem e uma provocação. Um registro de ausências para que jornalistas, pesquisadores, artistas, historiadores avancem na reconstrução dessa história da qual fazemos parte:

1841 – Nasce Xisto Bahia. Xisto excursionou pelo nordeste e sudeste do país e chegou a dirigir um teatro no Rio de Janeiro, onde foi visto atuando pelo Imperador D. Pedro II. Também foi compositor de lundus e modinhas, sendo de sua autoria a primeira música gravada no Brasil: Isto é bom demais.

1894 – A Bahia lamenta a morte de Xisto Bahia, em Caxambu (MG), onde viveu, doente e afastado do teatro, seus últimos dias.

1926 – De Chocolat (João Candido Ferreira), natural de Salvador, depois de ter atuado na França, cria a Companhia Negra de Revistas no Rio de Janeiro, a primeira do gênero no país. De Chocolat, também exímio dançarino, foi chamado pela imprensa carioca de “pai do teatro negro”.

1928 – Nasce, em Cachoeira (BA), Mário Gusmão. Foi aluno da Escola de Teatro da Bahia e é considerado um dos maiores atores de sua geração. Atuou na Bahia e em outros estados. Fez trabalhos na televisão e participou de vários filmes, entre eles, O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro e A Idade da Terra, de Glauber Rocha.

1939 – Nasce Antônio Luiz Sampaio – Antônio Pitanga. Fez Escola de Teatro na Universidade da Bahia e foi ator, entre outros, em Barravento, primeiro longa-metragem de Glauber Rocha.

1956 – Morre De Chocolat, aos 66 anos.

1959 – Mário Gusmão é protagonista do Auto da Compadecida, dirigido por Martim Gonçalves. Trata-se da primeira peça na Bahia em que um ator negro recebe papel de destaque.

1959 – Antonieta Bispo forma-se na primeira turma da Escola de Teatro da Bahia, com Jurema Pena e Nilda Spencer, entre outros.

1969 – A diretora teatral e dramaturga Lucia di Sanctis funda o Teatro Negro da Bahia – TENHA, inspirado no Teatro Experimental do Negro, de Abdias Nascimento. Em plena ditadura, o grupo foi fortemente criticado pela imprensa local e desagregou-se.

1972 – Lícia Margarida participa da primeira montagem de Quincas Berro d’Água, dirigida por João Augusto, com o Teatro Livre da Bahia.

1975 – O ator Sérgio Guedes estreia no Teatro Gamboa e, durante um período, faz parte daquele coletivo, tendo depois integrado o Avelãz y Avestruz.

1975 – Alair Liguori vai para o Festival de Teatro de Nancy, com o Teatro Livre da Bahia.
1975 – A dramaturga e diretora negra Nivalda Costa monta a companhia TESTA, com a intenção de reivindicar a inserção social do negro. Na época, um dos seus textos, Vegetal Vigiado, encenado no Solar do Unhão, foi proibido pelo regime militar.

1976 – Estreia o grupo Avelãz y Avestruz, no teatro do SESC, com o espetáculo Rapunzel, escrito e dirigido por Marcio Meirelles. Neste e no espetáculo seguinte do grupo, A Rainha, a atriz Vilma Florentina atuava.

1976 – Gideon Rosa estreia em Salvador, no espetáculo Apesar de tudo a Terra se move, do Curso Livre de Teatro do Teatro Castro Alves, vindo de experiências anteriores em Buerarema, sua cidade natal.

1976 – A atriz Arany Santana ingressa na Escola de Teatro da UFBA, onde Ednéas Santos, Peter Leão, Elias Bonfim e Hélio Agapito faziam o curso livre de formação do ator.

1976 – Vilma de Leonah, depois de vários espetáculos na Escola de Teatro dirigida por Possi Neto, participa da montagem de Gracias a la vida, do Teatro Livre da Bahia.

1977 – Os atores, diretores e pesquisadores Lia Espósito e Antonio Godi fundam o grupo Palmares Inãron, com Kal Santos e Ana Sacramento. O grupo valorizava as culturas negra e indígena.

1977 – Nélia Carvalho estreia no espetáculo Senhor Puntila e seu criado Matti, do grupo Amador Amadeu.

1977 – Raí Alves estreia no Teatro Livre da Bahia, dirigido por João Augusto.

1978 – A peça de maior repercussão de Nivalda Costa, Anatomia das Feras, estreia no centro de Salvador em um evento do Movimento Negro Unificado (MNU). Seu tema central é a Revolta dos Malês. No elenco estava José Carlos Ngão.

1978 – Lucia di Sanctis e Antonio Pitanga encenam, em Salvador, O Gonzaga, com direção de Orlando Senna.

1978 – Fausto, de Goethe, é encenado pelo Avelãz y Avestruz, na Sala do Coro do Teatro Castro Alves (TCA), com os atores negros Vera Pita e Zambo. Este tinha também participado do espetáculo anterior do grupo, A Rainha, e de espetáculos do grupo Sonhos e Concretos, da Escola de Arquitetura.

1979 – Gessy Gesse encena Bocas do Inferno, ao lado de Armindo Bião, no Renascente Circus, Salvador. O espetáculo é visto por milhares de pessoas.

1979 – O grupo juvenil Explosão e Aventura funda o Grupo de Teatro dos Alagados, do qual participa Jamira Alves. Seu intuito era usar a arte para protestar contra a intolerância religiosa e a precária infraestrutura do bairro.
1979 – Surge o grupo infantil Sapinho Colorido, também nos Alagados.

1980 – Nivalda Costa e Luiz Marfuz montam A Paixão de Cristo, no Pelourinho, para a Prefeitura Municipal de Salvador. Nossa Senhora (Vera Pita) e o Cristo (Fredy Ribeiro) eram negros.

1980 – O diretor francês Eric Podor cria o grupo de teatro O Valete, formado quase que exclusivamente por atores negros, e monta, entre outras, As Criadas. Faziam parte do elenco Antonio Manso, Jandira de Jesus e Sérgio Guedes.

1980 – Surge o Grupo de Teatro do Calabar, coordenado pelo jornalista Fernando Conceição. De ação política e caráter popular, militava contra o racismo e por questões de moradia. Os atores Jorge Washington e Rejane Maia, do Bando, fizeram parte deste coletivo.

1980 – As atrizes Sueli Oliveira e Marizilda Ribeiro atuam em Sete Gatinhos, no Teatro do ICBA, Salvador.

1981 – O diretor Luiz Marfuz monta, com coreografia de Conga, Língua de Fogo, no Teatro do ICBA, Salvador. Kal Santos, Marilda Santana, Isaura Oliveira, Célia Bandeira, Hilton Cobra e Nélia Carvalho são alguns dos 13 atores negros da peça, que exaltava a riqueza cultural africana.

1981 – O diretor de teatro e educador Everaldo Duarte lidera a formação do Grupo de Teatro Ilê Aiyê, no Curuzu, Salvador. Uma de suas principais peças foi Ciço e Cida. O grupo durou 11 anos.

1982 – O Grupo de Mulheres do Movimento Negro Unificado monta Iyas, Anônimas Guerreiras Brasileiras. Com direção de Antonio Godi e Firmino Pitanga, o espetáculo reúne Luiza Bairros, Valdicélia Nascimento, Saraí Santos e Rejane Maia no elenco.

1983 – Com textos em português e iorubá, Ajaká – Iniciação para a Liberdade é encenada em Salvador, dirigida por Antonio Godi. A peça é escrita por Mestre Didi, Juana Elbein e Orlando Senna. No elenco, Ava Avacy e Firmino Pitanga.

1984 – Missa dos Quilombos é apresentada no Teatro Vila Velha, Salvador, com José Carlos Ngão e Antonio Mendes no elenco. A direção é de Edísio Patriota.

1984 – Nélia Carvalho produz e estreia o monólogo Meu Nome é Gal.

1985 – Antonio Godi, Luis Bandeira e Bira Reis montam Gueto – Retalhos Sangrentos. O trabalho resultou de oficinas organizadas pelo Grupo Experimental de Teatro do Centro de Cultura Popular (CECUP) e tratou da violência cotidiana contra os negros.

1985 – Uma das principais peças do Grupo de Teatro do Calabar, Negra Resistência, é apresentada em frente à Prefeitura Municipal e aborda o direito à moradia, denunciando a perseguição policial sofrida pelos moradores da invasão do Calabar.

1986 – Inaldo Santana e Agnaldo Lopes estão em A Vida de Eduardo II, peça apresentada no Teatro Santo Antonio (atual Martim Gonçalves), Salvador.

1989 – Diogo Lopes ingressa no Curso Livre da Escola de Teatro da UFBA.

1990 – A partir de uma oficina, nasce o Bando de Teatro Olodum, dirigido por Marcio Meirelles, Chica Carelli, Maria Eugênia Milet e Leda Ornelas. Criado inicialmente em parceria com o Grupo Cultural Olodum, o Bando tornou-se independente. Hoje, congrega 25 artistas negros de diferentes gerações.

1991 – O Bando estreia Essa é nossa praia, resultado da primeira oficina. Faz a segunda oficina para admissão de novos atores e monta Onovomundo. Em parceria com o Projeto Axé, encena com atores do grupo e jovens do projeto o espetáculo O monstro e o mar, dirigido por Maria Eugênia Milet.


1991 – É lançada a Companhia de Teatro Popular do Sesi. Dirigida por Luis Bandeira, o grupo tem como carro-chefe o teatro popular e de rua. Era chamada originalmente de Companhia de Teatro Popular Negro.

1991 – A peça Revolta dos Búzios é apresentada na Noite da Beleza Negra, promovida pelo Ilê Aiyê, em Salvador. Mário Gusmão integra o elenco.

1992 – O Bando monta Ó paí, ó!, faz a primeira temporada de seu repertório no Rio de Janeiro, no Teatro Gláucio Gil. Monta WoyZéck e faz a segunda temporada no Rio, no Teatro Dulcina.

1993 – Zebrinha passa a ser o coreógrafo do Bando.

1993 – Com Vera Holtz, Adir Assunção e Guilherme Leme como convidados, cenário de Hélio Eischbauer e música de Heiner Goebels e Neguinho do Samba, o Bando estreia Medeamaterial, de Heiner Muller, no Teatro Castro Alves.

1993 – Diogo Lopes estreia na Cia Baiana de Patifaria.

1994 – Lázaro Ramos ingressa no Bando, que passa a ser grupo residente do Teatro Vila Velha e monta Bai bai Pelô.

1995 – É lançado o livro Trilogia do Pelô, com as peças: Essa é nossa praia, Ó pai, ó! e Bai bai Pelô. O Bando faz Zumbi e é mostrado no Festival de Arte Negra, em Minas Gerais, e na Mostra de Teatro do SESI, em São Paulo. No segundo semestre, com a participação de mais de 100 adolescentes, do Coral do Gantois, do Grupo de Dança do Malê Debalê, da Banda de Percussão do Gantois, das Bandas do Apaxes do Tororó, do Ara Ketu, do Erê do Ilê Aiyê, do Malê De Balê, da Juvenil Olodum, com patrocínio da Fundação Cultural do Estado da Bahia e do Ministério da Cultura, o Bando monta Zumbi está vivo e continua lutando, no Passeio Público (Salvador/BA). Nesse espetáculo itinerante, Mário Gusmão faz sua última atuação, no papel de Ganga Zumba.

1995 – Zumbi é montado em Londres, com a Black Theatre Co-op, sob a direção de Marcio Meirelles, coreografia de Zebrinha e texto de Xango Baku, a partir da peça original e de improvisações dos atores. O espetáculo fez parte do Lift (London International Festival of Theatre).

1995 – Caetano Veloso, Hermano Viana e Sérgio Mekler escrevem uma adaptação para produção cinematográfica de Ó pai, ó!, a ser dirigida pelo primeiro. O projeto não se realizou, sendo retomado 10 anos depois por Lázaro Ramos e Monique Gardemberg.

1995 – Os Negros, de Jean Genet, com um elenco negro, é montado por Carmen Paternostro.

1995 – O grupo de teatro amador Quitamci encena Zumbi dos Palmares, com Tita Lopes.

1996 – Jarbas Bittencourt passa a ser o compositor e o diretor musical do Bando.

1996 – O Bando participa do Carlton Dance Festival, no Rio e em São Paulo, e vai à Londres com o espetáculo Erê pra toda vida/Xirê. Na volta, encena a Ópera de 3 mirréis, de Brecht. Cristina Castro é a coreógrafa do espetáculo.

1996 – Virgínia Rodrigues, atriz do Bando, grava seu primeiro CD, produzido por Caetano Veloso.

1996 – Morre Mário Gusmão, na Liberdade, Salvador, no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra e da morte de Zumbi. Tinha 68 anos.

1997 – O espetáculo Cabaré da Rrrrrraça, o maior sucesso da história do Bando de Teatro Olodum, estreia em Salvador, envolvendo questões como identidade, raça e mídia. A peça foi apresentada em várias cidades brasileiras, Portugal e Angola.

1998 – O Bando participa da reinauguração do Teatro Vila Velha, com a Cia Teatro dos Novos, no Espetáculo Um tal de Dom Quixote. Remonta a Ópera, agora de três reais.

1998 – Estreia, no espetáculo Prisioneiros da balança, dirigido por Elisa Mendes, o ator, dramaturgo e diretor Elísio Lopes Jr.

1999 – Ainda com a Cia Teatro dos Novos, o Bando monta sua primeira versão de Sonho de uma noite de verão, de Shakespeare. Monta também Já fui, espetáculo didático sobre educação no trânsito, que apresentou, no Teatro Vila Velha e em cidades do interior, para alunos de escolas públicas. Fez também turnê por várias cidades do nordeste do Brasil com Cabaré da Rrrrrraça.

1999 – Gustavo Melo faz o papel de Oberon na montagem de Sonho de uma noite de verão, no Teatro Vila Velha, onde fez, entre outros, o papel de Mefisto, em Fausto # Zero. Chamado pela Globo, vai para o Rio e trabalha em novelas e filmes, também participando da Cia dos Comuns.

2000 – Os atores Leno Sacramento e Arlete Dias, do Bando, participam do projeto Quem come quem, com atores de todos os países lusófonos, em Portugal.

2000 – Lázaro Ramos é convidado para participar do espetáculo A Máquina, de João Falcão, e vai para o Rio de Janeiro, onde inicia sua carreira nacional.

2000 – Anativo Oliveira, ex-ator do Bando, e Rejane Maia criam o Beje Eró.

2000 – O ator e diretor Ângelo Flavio funda o Coletivo Abdias Nascimento (CAN), no âmbito acadêmico, formado por jovens alunos da Escola de Teatro da UFBA. O grupo também funciona como centro de estudos.

2001 – O Bando participa da montagem de Material Fatzer, com outros 50 atores, no Teatro Vila Velha, dirigidos por Marcio Meirelles, e remonta Ó pai, ó!, que dá a Lázaro Machado o Prêmio Brasken de Teatro de ator coadjuvante.

2001 – Hilton Cobra cria a Companhia dos Comuns, no Rio de Janeiro, tomando como referência o Teatro Experimental do Negro (TEN). O grupo trabalha textos de criação coletiva e, no mesmo ano, estreia A Roda do Mundo, peça sobre a luta da comunidade negra pela sobrevivência.

2002 – Com o projeto Relato de uma guerra que (não) acabou, o Bando mobilizou em oficinas mais de 100 jovens de seis bairros do subúrbio de Salvador, para falar da greve dos policiais militares e civis ocorrida um ano antes. O espetáculo estreou no Teatro Vila Velha e deu a Marcio Meirelles o Prêmio Brasken de melhor diretor.

2002 – O Casamento do Saci, dirigido por Raí Alves, entra em cartaz no Teatro Dias Gomes, Salvador. No mesmo ano, Raí Alves integra Os Iks, oitava montagem do núcleo de teatro do TCA.

2003 – O Bando monta nove peças de cordel de João Augusto e uma de Haydiyl Linhares, no espetáculo Oxente, Cordel de Novo? Participa do projeto Teatro de Cabo a Rabo, em cidades do interior da Bahia, promovendo oficinas, intercâmbio com grupos locais e apresentando o espetáculo em praças públicas. Participa da Estação da Cena Lusófona, em Coimbra.

2003 – Érico Brás, do Bando, participa da montagem de Horácio, de Heiner Muller, em Coimbra, com outros atores lusófonos.

2003 – É lançado o livro Teatro do Bando – Negro, baiano e popular, do jornalista Marcus Uzel, com patrocínio da Fundação Palmares.

2003 – Estreia o filme Madame Satã, com Lázaro Ramos no papel título. O filme lhe dá muitos prêmios.

2003 – Coordenado por Claudio Mendes e Nauzina Santos, a Associação Cultural Herdeiros de Angola atua no subúrbio ferroviário e, desde 2008, é residente, através de edital, do Centro Cultural Teatro Plataforma.

2004 – O Bando estreia O muro, de Cacilda Povoas e participa de Auto Retrato aos 40, espetáculo comemorativo do aniversário do Teatro Vila Velha, ao lado dos outros quatro grupos residentes: Viladança, Cia Teatro dos Novos, Cia Teatro Novos Novos e Vila Vox.

2004 – O Bando remonta sua primeira peça: Essa é nossa praia.

2004 – Ângelo Flávio recebe o Prêmio Brasken de Teatro, categoria coadjuvante, pelo seu trabalho no Evangelho segundo Maria.

2004 – Participando do projeto Teatro de Cabo a Rabo, de 2004, na Mostra Arte do Interior na Capital, o Grupo de teatro Nata, de Alagoinhas, apresenta o espetáculo Perfil: só vendo pra crer, dirigido por Fernanda Júlia.

2005 – O Bando remonta Quem não morre não vê Deus, de João Augusto, e estreia no Teatro São Carlos, em Rio de Contas, Bahia. Apresenta a peça em outras cidades do interior e, em Salvador, na Mostra de Teatro do Interior, do Teatro Vila Velha, recebendo os grupos de fora.

2005 – Salvador sedia o 1 Fórum Nacional de Performance Negra, promovido pelo Bando de Teatro Olodum, Cia dos Comuns e Teatro Vila Velha. O encontro reúne companhias negras de todo o país, que trocam experiências e debatem sobre sua capacidade criativa e transformadora.

2005 – Gideon Rosa e Agnaldo Lopes atuam em ARTE, de Yasmina Reza. A peça entra em cartaz no Teatro Molière, Salvador, com direção de Ewald Hackler.

2005 – O Grupo de Teatro Nata volta ao Vila Velha, agora participando do projeto “O que cabe neste palco?”, com o espetáculo A Eleição, também dirigido por Fernanda Júlia.

2006 – O Bando participa das filmagens da adaptação de Ó pai, ó!, dirigido por Monique Gardemberg; monta a segunda versão de Sonho de uma noite de verão, estreia no festival de Ludwigshafen, Alemanha, e ganha o Prêmio Brasken de melhor espetáculo. A convite do Ministério da Cultura de Angola, o grupo se apresenta em Luanda, comemorando o Dia Internacional do Teatro. Participa também do filme O jardim das folhas sagradas, de Pola Ribeiro.

2006 – Lázaro Ramos protagoniza a novela Cobras e Lagartos, na rede Globo, gerando uma discussão nacional sobre a participação de atores negros na teledramaturgia.

2006 – O II Fórum de Performance Negra acontece no Teatro Vila.

2006 – Jussara Matias recebe o Prêmio Brasken de atriz coadjuvante por seu trabalho em A casa dos espectros, do CAN.

2006 – Mestre Haroldo e os Meninos é encenada por Gideon Rosa, José Carlos Ngão e Igor Epifânio, em Salvador. O espetáculo, que abordou o racismo, viajou por quatro estados brasileiros.

2007 – Estreia o filme Ó pai, ó! e a Rede Globo contrata o Bando para fazer uma série baseada na Trilogia do Pelô. Chica Carelli dirige o primeiro espetáculo infanto-juvenil do Bando: Áfricas, que dá a Érico Brás o Prêmio Brasken de coadjuvante.

2007 – A minissérie da Globo Amazonia: de Galvez a Chico Mendes conta com a participação do ator baiano Val Perré, que já vinha de uma trajetória de teatro, cinema e televisão.

2007 – Um grupo de atores se une para formar a Cia de Teatro Gente da Bahia, coordenada pelo diretor Luís Bandeira.

2007 – Ângelo Flavio apresenta O Dia 14, no Teatro Gregório de Matos, com os jovens atores do CAN. A peça questiona a situação do negro após a abolição da escravatura. O grupo recebe o Prêmio Brasken de Teatro, categoria Revelação.

2008 – Estreia a primeira temporada da série Ó pai, ó!

2008 – III Fórum de Performance Negra, mais uma vez, no Vila. São cadastrados 40 grupos baianos de teatro e dança negros.

2008 – Estreia Policarpo Quaresma, baseado na obra de Lima Barreto, com Hilton Cobra e Nélia Carvalho. A peça, dirigida por Luiz Marfuz, é apresentada na Sala do Coro do TCA.

2008 – A comédia O Otário que Sonhava Acordado, de Alan Miranda, permanece em cartaz no Teatro do SESI, Salvador, com participação do ator Luiz Pepeu.

2009 – Segunda temporada da série Ó pai, ó!

2009 – O Coletivo de Produtores do Subúrbio, no Teatro de Plataforma, promove o I Festival de Teatro do Subúrbio, que apresenta grupos, em sua maioria, negros. O Bando mostra Cabaré da Rrrrraça.

2009 – A Cia de Teatro Nata é contemplada no Edital Manoel Lopes Pontes com o espetáculo Shirê Obá – A festa do Rei, realizando temporada em Salvador, no Teatro Vila Velha.

2010 – A Cia de Teatro Nata é contemplada com o I Prêmio Nacional de Expressões Afrobrasileiras da Fundação Palmares/Petrobras com o espetáculo Ogum, Deus e Homem.

2010 – II Festival de Teatro do Subúrbio.

2010 – O Prêmio Fapex de Teatro premia os textos Sobre os Palhaços na Varanda, de Diego Nunes Pinheiro, e Namíbia não, de Audri Anunciação.

2010 – O Bando de Teatro Olodum estreia Bença, espetáculo instalação, tributo ao tempo e aos mais velhos. O espetáculo é fruto do “Projeto Manutenção do Bando”, vencedor do edital do Petrobras Cultural.

* Coordenador do Bando de Teatro Olodum.

Um comentário:

Anônimo disse...

Em 2002 atriz edvana carvalho ganha concurso e é eleita "MÃE ÁFRICA"símbolo do carnaval daquele ano.