quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sobre o novo projeto do Bando


trilogiaRemix.DOC_aquartapeça marca os 20 anos de Essa é nossa praia (1991), primeira peça da Trilogia do Pelô, seguida por Ó paí, Ó! (92) e depois por Bai bai Pelô (94). Três momentos de uma comunidade que passou por um corte cultural violento, com a reforma feita no Maciel, bairro do Centro Antigo de Salvador, que acabou ganhando o nome da praça onde marginais e escravos eram castigados séculos atrás: o Pelourinho.
O espetáculo remixa as três peças e o tempo que passou desde a estréia da primeira. Faz o mesmo com as linguagens (teatro, música, dança, fotografia e audiovisual), e com as tecnologias e ferramentas virtuais disponíveis agora.
Será um documento sobre o passar do tempo e o que aconteceu naquele território urbano, com depoimentos em vídeo e ao vivo de personagens reais. Vai fundir os registros das montagens originais das três peças com cenas ao vivo das mesmas.  Novas cenas e personagens, criados para a quarta, vão dar conta da passagem do tempo.
O espetáculo reflete também sobre a própria gênese das peças, do filme e da série televisiva, usando imagens de todas elas.
Por fim, a trilogia, com esta quarta peça, torna-se uma tetralogia. Projeto que vinha sendo alimentado pelo Bando e que agora, nas vésperas da produção da terceira temporada da série, cria um sentido especial.
O processo de construção do espetáculo tem sido colaborativo e a internet, as redes sociais, vídeo, projeções, câmeras, programas de DJ e VJ e moradores do Pelô, ao lado dos artistas do Bando e de outros artistas que se engajaram no projeto, têm se mobilizado pra isso. A sala de ensaio do Bando, no Teatro Vila Velha vem se tornando um pequeno laboratório de pesquisa tecnológica para novas narrativas cênicas. O que vai resultar numa visão nova sobre o primeiro tema tratado pelo grupo: a violência social e a comunidade que ao mesmo tempo é sujeito e objeto dela.

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