segunda-feira, 11 de abril de 2011

‘Quero criar um butô Brasileiro’, diz o coreógrafo japonês Tadashi Endo

Cristina Castro, Tadashi Endo e Marcio Meirelles
A declaração foi feita em Festival Internacional de Dança realizado na Bahia.

A apresentação do novo Butô (criação de Tadashi e o Bando) está prevista para setembro de 2012.
O dançarino e coreógrafo japonês Tadashi Endo anunciou em sua participação no Encontro dos Mestres, realizado no Festival Internacional VivaDança, em Salvador, sua vontade de criar um “butô brasileiro”, com influência na cultura brasileira e principalmente na cultura baiana.


A escolha pela Bahia se deu por conta da proximidade com o encenador teatral Márcio Meirelles, diretor do Bando de Teatro Olodum. “Este ano, ele assistiu Cabaré da Rrrrraça e ficou impressionado com a energia dos atores. Conversamos e combinamos fazer um trabalho colaborativo no próximo ano, exatamente sobre a energia. Estamos os dois, pensando em energias alternativas para o mundo e a metáfora da fusão da energia que gera e é gerada pelo butô e por nosso teatro afro-baiano, talvez traga respostas ou novas questões para o mundo, que abusa da energia nuclear e da energia fóssil, com pouco investimento nas eólica e solar”, explica Meirelles.

Tadashi é um mestre. Trabalhar com um mestre é sempre importante. E há uma admiração mútua entre nós"Márcio Meirelles Essa não é a primeira vez que o Bando agrega em seu grupo, outro artista. Em sua trajetória o grupo já trabalhou em conjunto com Heiner Goebles, Hendrik Lorenzen, Vera Holtz, Monique Gardemberg, Guel Arraes entre outros.

De certo modo, essa também não será a primeira vez que o Butô busca influências de outras culturas, já que ele recupera tradições milenares do Japão e mescla com diversos movimentos artísticos de vanguarda, como o surrealismo e o expressionismo alemão. “Não quero aprender capoeira ou samba, quero me alimentar disso para criar um Butô de outra cor, um Butô brasileiro", disse Tadashi.

Diálogo entre Tadashi e Márcio em ensaio do Bando de Teatro

Olodum - (Foto: Jorge Washington )“Tadashi é um mestre. Trabalhar com um mestre é sempre importante. Ele quer também investigar um futuro para o butô. E vê aqui uma possibilidade. Vamos experimentar e aí saberemos. Trabalhar com um novo colaborador sempre é uma caixa fechada. O outro sempre é um mistério. Na verdade são muitas vivências que vão estar se movendo nesse projeto”, explica Meirelles.

Bando de Teatro Olodum

De volta ao Teatro Vila Velha e a direção do Bando de Teatro Olodum, Márcio Meirelles anuncia novidades do grupo para o ano de 2011, ano que marca 20 anos de existência do Bando.

A novidade é a criação e produção da quarta peça da “Trilogia do Pelô”, iniciada em 1991 com o espetáculo “Essa é a nossa praia”, seguida de “Ó Paí, ó!”, em 1992 e de “Bai Bai Pelô”, de 1994. “Começamos amanhã a construir a quarta peça, sobre o Pelourinho e sua população, 20 anos depois. Vai ser um processo colaborativo, usando tecnologias, trabalhando com vários artistas e alguns moradores e frequentadores do Pelô. Isso vai ajudar na criação dos novos episódios da 3ª temporada da série Ó PAÍ, Ó!, que vai ser gravado em novembro”.

Outra novidade para esse ano é a possibilidade de lançamento de um livro, com dois volumes com a história do grupo durante esses vinte anos de existência.

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