domingo, 21 de fevereiro de 2010

O carnaval do Bando

por Auristela Sá

A lembrança mais remota que tenho do carnaval é a de criança vendo o povo de mortalhas, caretas e muitas estrelinhas e purpurinas... Todos indo para a rua de pés descalços, na mais pura manifestação de que a festa é realmente do povo.

Uma outra lembrança já é da Praça Castro Alves, com suas estrelas nos trios: Zé Onório capela levando o público ao delírio na capela, cantando: "seu moço, eu venho de longe..." com a guitarra entrando rasgando! E Baby Consuelo com: “Emília, Emília, Emília...”, além de Pepeu Gomes, Armandinho, Moraes Moreira, Caetano e Gil, entre outros.

O carnaval 2010 teve como tema "60 anos de trio elétrico". É, ele já está na melhor idade. A Secretaria de Cultura presenteou a nós, o povo, com muitos trios independentes e pudemos ter de volta algumas das estrelas que fizeram a história do nosso carnaval baiano: Luis Caldas, Sarajane, Marcionilio, Tânia Luz, Márcia Short (que fez parte da extinta e maravilhosa Banda Mel), entre tantos. Claro que deve está faltando algum nome, mas a programação foi tão vasta que não deu para ver tudo.

Jorge Washington e Márcio Meirelles, secretário de Cultura da Bahia

Axé Music - Para quem pode ver o nascimento de uma nova onda musical que foi a axé music, há 25 anos, ter essas estrelas que criaram o estilo, brilhando novamente ao lado de estrelas consagradas como Daniela Mercury e Ivete Sangalo é muito gratificante.

Tivemos mais uma novidade proporcionada pela SECULT numa feliz tentativa de revitalizar a o carnaval da praça Castro Alves – a Varanda do Glauber, no espaço Unibanco. Foram vários shows de diferentes estilos musicais, nos intervalos da passagem dos trios. Na sexta feira pude conferir na varanda: Sarajane e o pagode do grupo Bambeia e a passagem pra lá de irreverente de Nara Costa (nossa Beyoncé do arrocha) e, uma das coisas mais lindas da sexta – a passagem do Olodum que veio, literalmente, forrando o chão da praça num mar de gente de todas as raças e credos.

Elane, Deni, Gleide e Clésia, nos Mascarados

Bel também marcou presença, trazendo o Chiclete com seu “Ú-tá-tá. ú-tu-tá-rá-rá,
no balanço do Chiclete, chicleteiro vai cantar”
. Até quem não é chicleteiro roxo como Jarbas Bittencourt, nosso diretor musical, entrou na dança.

Samba reggae - Não é só o axé que reina no Carnaval de Salvador. Outros estilos musicais imperam numa força imensurável, como o samba reggae, ritmo criado pelo saudoso Neguinho do samba. Também tem a nossa majestade, o Ilê ayê, a beleza do balé Male de Balê e o incrível Muzenza. A força do povo se expandindo pelas ruas e avenidas e se completando com o pedido de paz dos Filhos de Gandhy.

Érico Brás, Jorge Washington, Ednaldo Muniz e Fábio Santana na Mudança do Garcia

O sorriso contagiante de Zebrinha como Rei dos Mascarados e a sua Rainha Preta Gil levando o bloco na quinta. A polêmica causada pela Mudança do Garcia e do Lobo Mau (vocês já repararam nas nossas histórias infantis?).

No mais é carnaval, o vale night rola solto, além das coisas mais loucas que só vemos nesses seis dias de folia. Além de mexer o balaio com a gracinha do Márcio Vítor, a sensação foi o Rebolation com direito a um olhar de Léo do trio para a galera do Bando, ao gritar: Ó Pai, ó! Aí queridas, é só: Rebolation é bom, bom. Rebolation é bom, bom, bom”

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